7 de jul. de 2009

Versos & Reversos

“Mundo, vasto mundo!”
Já dizia o honorável poeta.
Onde os princípios da insensatez
encontram sempre uma porta aberta.

Excluir, apagar, ejetar
são comandos eficientes
para uma máquina operar,
mas são palavras inconsequentes,
para com as dores alheias tratar.

É incoerente se discursar
em favor do bem para a humanidade,
sem que antes se aprenda a respeitar
o direito à individualidade.
Porque toda filosofia é simplesmente vã,
se não prezar por cada mente sã.

Sonhos e ilusões
podem, até, ser violados,
mas os valores espirituais,
jamais serão aniquilados.

4 de jul. de 2009

Contraditório

O ser humano,
contraditório ser,
brilhante no querer,
mas fosco no saber.

Almeja uma verdadeira interação de fraternidade,
mas corrompe relações com atos de vil falsidade.

Constrói largas pontes de frio e duro concreto,
mas destrói estreitos laços de caloroso afeto.

Quer ver a semente na terra brotar,
mas evita a imprescindível luz
que a faz germinar.

Deseja, nos céus, altos voos alçar,
mas abate o pássaro livre,
que lá está a voar.

Superestima o seu ego,
com vaidade e soberba,
mas menospreza o seu Criador
com Sua simplicidade e beleza.

Percebe que o tempo
é ininterrupto em sua ação,
mas consegue ignorar
uma genuína emoção.

26 de jun. de 2009

Não estão à venda...

Meu credo e meu Cristo,
e por isto, eu insisto
no direito à minha fé expressar.

O meu amor passado ou futuro,
meu lamento de dor no escuro,
pela minha privacidade zelar.

Minha paleta de cores,
os beijos dos beija-flores,
meus passeios no jardim ou no pomar.

Meus segredos expostos
em vis enredos dispostos,
por mentes pérfidas a tramar.

Meu perdão a tais traições,
meus momentos felizes em botões,
cantados à luz do sol e ao luar.

Meus olhos que ainda veem
a autenticidade de uma criança,
uma porta aberta pela esperança
de ver todo esse mal superado
pelo invencível ato de amar.

15 de jun. de 2009

Para o futuro


Semear,

mesmo se o céu desabar,
sob trovoadas, num terrível temporal,
cuidar da terra, acariciar as sementes,
vislumbrando um esplêndido roseiral.

Deixar para o futuro um bem maior,
o que recebi como herança,
pois, além da justiça e do amor,
sobreviverá a esperança.